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Vulnerabilidades encontradas em Kernel e Oracle Linux

Impacto, Mitigações e Ações Essenciais em Ambientes Corporativos

Seu servidor esta seguro?

Recentemente ao realizarmos a implementação de um de nossos servidores, tudo indicava que o ambiente estava íntegro, atualizado e dentro das práticas de hardening que costumamos aplicar. Mas havíamos implementado uma ferramenta avançada de varredura e análise de vulnerabilidades e identificamos duas falhas críticas que haviam sido detectadas previamente, além disso a ferramenta já conseguiu nos trazer os CVEs para correção.

Cada uma dessas vulnerabilidades representava riscos significativos, desde exposição de informações internas, inferência de topologia de rede e possibilidade de execução remota de código e injeção de pactoes maliciosos. A partir dessa descoberta, aplicamos mitigações adequadas, incluindo um ponto crucial para qualquer infraestrutura moderna: mesmo ambientes aparentemente seguros podem esconder vulnerabilidades profundas e a utilização de ferramentas apropriadas para análise contínua é indispensável para detectar brechas, antecipar ameaças e evitar incidentes graves em ambientes corporativos.

Em um cenário onde a superfície de ataque cresce diariamente, a segurança do kernel se torna uma camada estratégica que não pode ser negligenciada, principalmente quando falamos de ambientes: sensíveis, distribuídos, multi-cloud, críticos e regulados por normas como LGPD, PCI e ISO.


CVE-2021-3773

Vulnerabilidade no Netfilter do Kernel Linux

É uma vulnerabilidade identificada no subsistema netfilter, responsável por operações essenciais de firewall, roteamento, inspeção e manipulação de pacotes dentro do Kernel Linux. Diferente de falhas que permitem execução de código remoto, esse CVE atua de forma mais sutil, mas igualmente perigosa, pois explora inferência de informações sensíveis a partir de pacotes cuidadosamente manipulados.

O que é?

Em determinados cenários, especialmente em ambientes que utilizam OpenVPN, um invasor com acesso à rede pode enviar pacotes especialmente construídos e, a partir das respostas ou padrões de comportamento, inferir metadados internos do ambiente, com:

  • Existência de hosts e endpoints ativos;
  • Endereços IP internos;
  • Estado atual de conexões;
  • Informações de topologia ou rotas internas;
  • Potenciais alvos para fases posteriores de ataque;

Mesmo sem comprometer diretamente o servidor, a vulnerabilidade permite que o atacante construa um mapa interno da rede, o que representa um risco crítico em ambientes corporativos, especialmente os que operam com conectividade remota, VPNs, servidores expostos ou redes híbridas. Por isso, apesar de ser classificada como uma vulnerabilidade de inferência, seu impacto é potencialmente severo em ambientes sem monitoramento adequado.

Mitigação

A mitigação oficial envolve atualização do kernel Linux para uma versão que contenha o patch disponibilizado pela distribuição.

Atualização recomendada

  • Aplique o kernel corrigido fornecido pelo vendor;
  • Reboot controlado em janelas de manutenção;
  • Verifique a versão pós-patch com uname -a ou inventário CMDB;

Além da atualização, recomenda-se medidas de proteção imediata para reduzir a superfície de ataque:

  • Restringir acesso às portas OpenVPN;
  • Permitir apenas origens confiáveis na interface pública;
  • Habilitar tls-auth ou tls-crypt para autenticação de pacotes;
  • Endurecer gestão da interface de administração da VPN;
  • Criar regras para dropar pacotes em estado INVALID;
  • Habilitar logs de tráfego suspeito;

Essas ações reduzem a capacidade de um invasor de manipular pacotes ou sondar o ambiente.


CVE-2024-56180

Vulnerabilidade de Desserialização Insegura no Apache EventMesh

É uma vulnerabilidade crítica identificada no módulo eventmesh-meta-raft do Apache EventMesh, uma plataforma amplamente utilizada para comunicação assíncrona, integração de eventos e transferência distribuída de mensagens.

A falha ocorre devido a um processo inseguro de desserialização, um dos vetores mais perigosos em aplicações Java corporativas.

O que é?

A falha está relacionada à desserialização de objetos provenientes de fontes externas e não confiáveis.

Quando o EventMesh processa um payload serializado malicioso, o invasor pode acionar classes específicas da aplicação ou de dependências (“gadget chains”), permitindo a execução remota de código (RCE) dentro do processo Java.

Isso significa que, sem autenticação e sem interação adicional, um atacante pode:

  • Executar comandos arbitrários no servidor;
  • Ler, alterar ou excluir dados;
  • Movimentar-se lateralmente dentro da infraestrutura;
  • Comprometer mensagens e fluxos do EventMesh;
  • Tomar controle parcial ou completo do serviço afetado;

A gravidade dessa vulnerabilidade está no fato de que sistemas baseados em EventMesh geralmente fazem parte de arquiteturas distribuídas, integrando microserviços, filas, barramentos e gateways.

Ou seja, comprometer o EventMesh pode comprometer o ecossistema inteiro.

Mitigação

A mitigação principal é atualizar imediatamente o Apache EventMesh para uma versão corrigida. A equipe Apache disponibilizou patches que corrigem a falha no fluxo de desserialização.

Mesmo após atualizar, ou enquanto a atualização ainda está sendo planejada, recomenda-se implementar controles adicionais:

  • Desabilitar endpoints que aceitam entrada serializada: qualquer endpoint que consuma objetos deve ser limitado ou desativado temporariamente;
  • Bloquear tráfego suspeito via Firewall / WAF / API Gateway: bloquear payloads binários desconhecidos; limitar acesso a endpoints internos; criar regras para filtrar conteúdo anômalo;
  • Implementar filtros de desserialização: permitir apenas classe explicitamente confiáveis, usando mecanismos como: ObjectInputFilter, lista de classes permitidas (whitelists) e bloqueio de tipo dinâmico;
  • Inspecionar payloadas em trânsito: Ferrametnas como WAF, IDS/IPS, Zeek e Suricata ajudam a identificar tentativas de exploração;


Recomendações Técnicas

Para manter sua infraestrutura protegida contra falhas desse nível, recomendamos:

  • Preferir kernels oficiais e suportados pelo vendor;
  • Implementar auditorias contínuas de CVEs;
  • Automatizar inventário e patching (ex: Ansible);
  • Criar alertas automáticos;


Conclusão

Vulnerabilidades de kernel e falhas em componentes de rede, serialização e Wi-Fi demonstram que a superfície de ataque moderna se estende muito além das camadas tradicionais.

Em ambientes híbridos, distribuídos ou altamente regulados, não existe espaço para adiar atualizações, ignorar patches ou deixar serviços críticos sem hardening adequado.

Investir em segurança de kernel, automação e monitoramento contínuo é essencial para manter sua infraestrutura resiliente, previsível e protegida contra ameaças cada vez mais avançadas.


Eleve sua infraestrutura! Garanta segurança!

Se sua empresa deseja evitar que vulnerabilidades desse nível comprometam a operação, disponibilizamos uma consultoria técnica gratuita para avaliar seu ambiente e identificar riscos ocultos antes que se tornem incidentes reais. 

Para que essas falhas não ocorram em seu ambiente, fazemos a implementação de uma ferramenta de segurança. Garantindo que falhas como as apresentadas neste artigo não tenham espaço na sua infraestrutura.

Se você busca proteção real e estabilidade, solicite sua avaliação!

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